Membros de Dakila Pesquisas encontraram na região sudeste de São Paulo uma área com evidências do Caminho de Peabiru e também um possível geoglífo. Estudos no local serão iniciados em breve, e se essa descoberta for confirmada, esta será a primeira marca no solo próximo ao litoral paulista.
Pesquisadores demarcaram a área e fizeram a primeira trajetória para identificar vestígios de que o local de fato tem ligação com o Peabiru. Além disso, algumas valetas foram encontradas e ao percorre-las diagnosticaram ser algum tipo de geoglífo (desenhos ou figuras no chão que só podem ser vistos do alto).
Urandir Fernandes de Oliveira, presidente do Ecossistema Dakila, explica que após o mapeamento será feito o desbravamento da área, com o auxílio de drones e detectores de metais, para encontrar possíveis artefatos que possam identificar com mais precisão as prováveis histórias que foram vivenciadas nessa região.
“Algum tempo atrás encontramos nessas valetas um vaso diferenciado que nos instigou a vasculhar a área. Ainda não sabemos de que época esse artefato pode ser, mas vamos fazer o estudo do material para datar”, lembra Urandir.
“O Caminho de Peabiru e o Geoglífo podem representar para a humanidade uma nova visão sobre a origem do homem e das primeiras civilizações que habitaram a terra. É preciso que os estudiosos estejam de mente aberta para realmente aprofundar as pesquisas e, principalmente, não ocultarmos nada da população, pois essas descobertas podem mudar o mundo”, opina o presidente de Dakila.
Garibalde Rodrigues, pesquisador de Dakila, será a ponte de conexão entre essa pesquisa e o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que confirmou parceria nas próximas etapas desse trabalho. “O compilado de dados coletados nessa fase inicial será apresentado ao IPHAN que já demonstrou interesse em apoiar Dakila para que seja preservado e divulgado amplamente as descobertas”.
Afinal, o que seria o Caminho de Peabiru?
Conhecido como Peabiru, estrada da terra sem mal, caminho para o centro da terra, estrada dos Incas entre outras denominações, são trajetos que cortam o continente sul-americano e se interconectam criando um percurso com várias ramificações. Pesquisas de Dakila apontam que esses trajetos podem ter sido criados por civilizações muito mais antigas do que os índios como contam as histórias.
“Nos contextos mais tradicionais, esse caminho foi construído pelos índios, mas segundo nossas pesquisas, identificamos que pode haver uma civilização bem mais antiga. Ainda há muito o que ser estudado, mas há resquícios de que a história da humanidade começou aqui no Brasil e a capital dessa grande civilização seria na Amazônia, conhecida como Ratanabá, tanto é que essas estradas que encontramos e chamamos de Peabiru leva até ao que chamamos de primeira capital do sistema Terra”, explica Rafael Hungria, pesquisador de Dakila.
Para Rafael, essas descobertas são muito importantes à população que está sendo educada e condicionada dentro de um conhecimento histórico limitado que bloqueia e reprime a mente para novas possibilidades. “Por algum motivo as lideranças mundiais não permitiram que a verdadeira história da humanidade fosse apresentada. Cabe a nós buscar o conhecimento e mudar a visão de mundo, mas para isso é preciso ter a mente aberta e não estar condicionado a bolha da persuasão”, diz.
Luciano Didier, também pesquisador, participou da etapa inicial de demarcação da área e ressalta que essa pesquisa arqueológica será de grande importância para esclarecer a história da humanidade e também contribuir para a construção de um futuro melhor.
“É importante a gente encontrar vestígios do passado para que possamos entender como chegamos até aqui e assim formar civilizações com novos princípios buscando um futuro mais próspero. O que vamos pesquisar neste local pode ser benéfico no contexto social, político e econômico”, afirma.
A acadêmica de arqueologia, Natalia Reikdal, foi convidada para participar da possível descoberta do Peabiru e do geoglífo no sudeste de São Paulo e afirma que está sendo uma experiência única. “Eu nunca participei de uma escavação ou de um projeto em sítio arqueológico então está sendo incrível e eu vou poder agregar muito meus estudos e aprimorar minha carreira. Essa pesquisa vai ser de grandes surpresas que poderá até abalar as estruturas do nosso conhecimento atual; com a participação do IPHAN vai ter ainda mais peso”.
A pesquisadora Larissa Porto define como enriquecedora a experiência de participar dessas possíveis descobertas que identificam traços de alguma civilização provavelmente pré-diluviana, o que para ela é muito instigante, pois traz reflexões sobre a origem da raça humana no Sistema Terra.
“Me sinto muito honrada em poder participar dessa experiência como associada do Ecossistema Dakila, pois é um verdadeiro privilégio estar entre os poucos que contribuirão para o grande legado de conhecimento que será deixado para as futuras gerações”, afirma a pesquisadora.
Foto em destaque: A fita demarca onde inicia o possível geoglífo – Ecossistema Dakila