No começo do mês de junho, uma aeronave sobrevoou a floresta amazônica a fim de rastrear com precisão as quadras de Ratanabá. A empresa contratada, Fototerra, possui a certificação “A” do Ministério da Defesa – principal categoria para operações de pesquisa em território nacional. A aeronave Seneca II, equipada com a tecnologia LiDAR (Light Detection And Ranging), mapeou uma área de 95 hectares sem precisar desmatar.
A apuração das imagens levou cerca de um mês e trouxe – junto com análises geológicas, geomorfológicas, padrão de drenagem e o contexto arqueológico realizado pelos pesquisadores – comprovações de intervenção antrópica na região, ou seja, a formação peculiar teve alteração por humanos.
O comandante da aeronave, Elias Martins, e o operador de equipamentos especiais, Wallace Assumpção Silva, foram os responsáveis por sobrevoar a floresta amazônica e captar as imagens. Os profissionais ficaram em Alta Floresta (MT) ao longo de 19 dias, local onde o avião alçou voo para realizar os rastreios.
O resultado dessa busca dá fim ao mistério sobre o que pode haver abaixo da densa floresta e coloca um ponto final ao conflito de informações que este assunto tem gerado na internet nos últimos meses. O trabalho está sendo realizado pelo Think Tank Dakila Pesquisas, instituição privada que desenvolve estudos em ciência, tecnologia e inovação, em diversas áreas incluindo origem da humanidade.
Toda a pesquisa realizada na região contou com a autorização do Ministério da Defesa. Na realização do mapeamento, os sensores montados na aeronave liberaram feixes de luz que refletiram no solo, captando com precisão tudo abaixo das árvores; os programas de software automaticamente interpretam os sinais para produzir mapas detalhados da superfície coberta pelo verde da mata.
O mapeamento aéreo da região começou no dia 31 de maio e seguiu até o dia 19 de junho. As questões climáticas influenciaram muito na captação das imagens feitas com o laser. “Operamos voo em dias alternados com base no tempo, pois muitas nuvens, neblina e qualquer outra variação do clima, influenciam nos resultados. Abaixo da aeronave, o céu precisa estar completamente limpo para que o pulso de laser entre com precisão no foco principal”, explica Wallace.
O equipamento usado na operação utiliza um laser chamado Orion que chega a emitir 200 mil pulsos por segundo. De acordo com a explicação de Wallace, esses feixes batem no solo e conseguem captar até mesmo coisas abaixo das árvores. “Se houver alguma construção escondida pela floresta, o laser consegue registrar. O bacana dessa tecnologia é que ela penetra nas árvores mesmo em florestas totalmente fechadas, e as informações chegam com precisão”.
O voo de quase 300 km fora da cidade de Alta Floresta, gerou muita emoção e expectativa nos profissionais. Elias Martins conta que mesmo utilizando aplicativos de previsão do tempo, não há como confiar 100% nas condições climáticas, ainda mais quando se trata de um trabalho tão relevante. “Foram várias surpresas; levamos 19 dias para concluir o trabalho. Poderíamos ter concluído antes, mas o clima contou muito. Houve dias em que nós fomos até a área e perdemos voo, porque o tempo parecia estável e quando chegamos lá estava diferente”, comenta o comandante.
“O voo em si é bem delicado e requer muita atenção. Fizemos um gerenciamento da área e calculamos em torno de 49 faixas de voo para captar as imagens. Essas faixas são bem pequenas (estreitas) e não podíamos variar mais do que 30 metros de um lado a outro; e isso requer muito cuidado, pois num avião a 220 km por hora, 30 pés (uma faixa curta), é fácil de passar. Junto a isso também monitoramos a altitude e a velocidade, para não perder o eixo”, complementa Elias Martins.
Experiência e resultados
Sobrevoar a Amazônia por alguns períodos foi bem desafiador, relatam os profissionais. O comandante conta que foi surpreendido ao ver as quadras em meio a mata fechada. “Estávamos sobrevoando e até então tudo igual. De repente surgem uns quadrados perfeitos que formam quarteirões; até perguntei o que seriam aquelas marcas e fiquei surpreso”, lembra.
Questionado sobre os possíveis impactos que esse mapeamento pode gerar na população, o comandante Elias Martins responde que com base no resultado, será uma descoberta que vai mudar o rumo da história do Brasil. “Com essas provas, as pessoas vão precisar rever os ensinamentos sobre a humanidade. Pode até ser meio paralelo, mas o contexto precisará de umas páginas a mais. Será difícil de acreditar, muita gente não vai aceitar e vão gerar mais Fake News sobre o assunto. Porém, a comprovação vai estar ali: esse equipamento vai dar uma prova cabal do que está embaixo da floresta amazônica”.
Após toda a apuração, os dados foram processados, analisados e divulgados no primeiro domingo de agosto pelo canal no YouTube de Dakila. Confira aqui: Live • Ratanabá – Lenda ou Realidade? | Análises do LiDAR – YouTube.